Um livro por um dinheiro

28/03/2013 13:52

Há dez anos eu me tranco no home studio e gravo o que leio, todos os dias. Foram dezenas de livros encomendados para alguém que quis ficar culto.
No início eu pensava que isso devia dar sono. Tentei imprimir movimento, e descobri aos poucos que minha entonação também poderia significar uma indução.
Li livros que amei, descobri que a República de Platão é a coisa mais costurada que já me passou pelas mãos... ou pela voz. Kafka me levou para um universo gelado e Crime e Castigo me deprimiu. O mundo da economia é fascinante, a segunda guerra um poço sem fim de informações, e ler Mein Kampf, garanto, traz maus fluidos.
Um livro é vivo, é como um quadro que salta quando se olha, certas coisas é melhor pensar bem antes de permitir que nos leve a outro universo, mas jamais a censura deve nos cercear, porque confio plenamente que o mundo caminha com todas as verdades e mentiras, sepultadas ou não.